domingo, 6 de setembro de 2015

O homem sábio

O homem sábio é um homem de bem. Não se preocupa com o perdão porque nunca se ofende. Sempre tem tempo porque faz o que precisa.

Contrata pela competência e não pelo marketing pessoal. Não fala o seu cargo porque, de verdade, isto pouco importa. O homem de bem sabe disto.

O homem sábio não faz questão de chegar primeiro porque sabe que isto não quer dizer muita coisa. Não menospreza o seu semelhante. Valoriza o conhecimento alheio e busca aprender com ele.

O homem sábio pede desculpas quando erra; o homem arrogante diz: “não foi minha culpa”.

O homem sábio dá a passagem e, às vezes, pede passagem; o homem arrogante só pede passagem.

O homem sábio não se vangloria de suas conquistas porque sabe que elas não são somente suas; o homem arrogante se esbarra com outro arrogante para ver quem fica com os louros de uma vitória que pouco ou nada ele participou.

O homem sábio se coloca pequeno para poder se tornar grande; o homem arrogante se enxerga grande dentro de sua pequenez.

O homem sábio enaltece a qualidade do outro; o homem arrogante só consegue enxergar qualidades nele. A qualidade do outro é sempre menor ou foi “pura sorte”.

O homem sábio se engrandece a cada dia; o homem arrogante se embrutece a cada dia.

O homem sábio constrói pontes para permitir que outras pessoas passem; o homem arrogante destrói a ponte que o ajudou a caminhar e a chegar até ali.

O homem sábio serve; o homem arrogante quer ser servido.

O homem sábio sobe a escada e dá a mão para quem está lá embaixo; o homem arrogante sobe a escada e a empurra para que ninguém mais suba.

O homem sábio pergunta e valoriza a pergunta; o homem arrogante acha que responde porque só valoriza as respostas.

O homem sábio descomplica o que o homem arrogante complica.

O homem sábio, quando líder, eleva o seu time e ressalta o que de melhor cada um tem e pode oferecer. Sua conjugação preferida é: “nós fizemos; nós conquistamos. ”

O homem arrogante, que não deveria ser líder, impõe pelo medo, ressalta os erros e expõe o time a retaliações. Sua conjugação preferida é: “eu fiz”; “a equipe errou”.

O homem sábio valoriza a essência; o homem arrogante valoriza a aparência.

Sabedoria e arrogância: duas faces da mesma moeda.

O homem sábio alimenta os sonhos do próximo; o homem arrogante exige que os seus sonhos sejam realizados e os de mais ninguém.

O homem sábio enxerga o que ninguém vê; ouve o que não é dito; sente o que não se expressa; o arrogante é alheio à sensibilidade dos atos, palavras e sentimentos dos outros.

O homem sábio diz: “um por todos, todos por um”. O homem arrogante diz: “cada um por si e Deus por todos”.

O homem sábio sabe. O homem arrogante não sabe, mas diz que sabe. E o pior é que tem gente que acredita.

O homem sábio é verdadeiro. O homem arrogante se sustenta na ilusão de que nunca será pego de calças curtas.

O homem sábio aperta a mão do outro e olha nos olhos. O homem arrogante analisa de quem é a mão para ver se compensa apertá-la.

O homem sábio preza a educação e perpetua exemplos edificantes. O homem arrogante preza o nome da faculdade e perpetua exemplos destrutivos.

O homem sábio diz: “como posso ajudar? ”. O homem arrogante diz: “faça isto para mim”.

O homem sábio é livre e por ser livre é feliz. Ele já entendeu que a liberdade é instrumento de felicidade: da verdadeira felicidade.

O homem arrogante é prisioneiro. E por ser prisioneiro de falsos modelos, é infeliz.

O homem sábio ajuda a construir, valoriza a travessia e acende a luz, ao anoitecer, para clarear o caminho de quem passar.

O homem arrogante valoriza a construção pronta, tem aversão à travessia e não acende a luz porque não sabe o que é isto.

O homem sábio não se deixa levar pelos elogios porque sabe que amanhã virão as críticas. O homem sábio fortalece o seu Ser no mundo para ter ainda mais sabedoria.

O homem sábio é aquele que anda no pântano, mas não se suja. É aquele que compreende. O arrogante se suja, mas não consegue enxergar aonde a sujeira começou.

O homem sábio não se vende porque sabe o seu valor. O homem arrogante se vende porque não conhece a diferença entre preço e valor.

O homem sábio se comunica de forma que todos o compreendam. O homem arrogante fala difícil porque quer aparecer.

A arrogância faz você andar em círculos, não te deixa livre porque você precisará sempre estar preso às fontes que te iniciaram na arrogância. E se você deixar de alimentá-las, simplesmente por presunção, esteja certo de que elas vão te cobrar.

A sabedoria faz você andar livre e em linha reta. Deixa você livre para se conectar com as fontes que fazem sentido para você. O sábio sabe que o alimento dele vem do outro e dele também.

O homem sábio não briga pelos confetes porque sabe que eles vão se desfazer com a mesma facilidade de uma bolinha de sabão.

O arrogante dá trombada no outro para que os confetes caiam sobre a cabeça dele. E quando não restar mais um confete para contar história, ele estará tão perdido que precisará, ainda, de mais confetes para dar conta da sua insignificância.

O confete constrói um castelo de areia. Somente o caráter fortalecido pela luta de não acreditar nos confetes sabe disto.

O reconhecimento é importante desde que não venha em formato de confetes.

O homem sábio aproveita a sua vida e o seu tempo. Sempre tem tempo porque faz o que precisa.

O arrogante está longe de pensar assim. Está sempre ocupado demais para se enxergar. Quer que os outros o enxerguem. Nunca tem tempo e está fazendo somente o que não precisa.

O homem sábio sempre sabe a saída. O arrogante, numa bifurcação, se sente um injustiçado.

A sabedoria é construída. Cada passo e cada degrau são fundamentais para esta construção. Subir estes degraus é o convite da vida. Não dá para pulá-los. Só mesmo colocando um calçado leve, uma roupa confortável e encarar a subida.

Não há outro caminho para a sabedoria.

E o arrogante? Ah, sim, ele está na escada rolante ao lado da escada, com degraus, que você está subindo. E quem será que, de verdade, chegará primeiro? Quem estiver subindo a escada, com degraus, saberá a resposta.

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